“Elias, porém, subiu ao cimo do Carmelo, e, encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos, e disse ao seu moço: Sobe e olha para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim por sete vezes. À sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem” (1Rs 18.42-44).
O profeta Elias orava no monte Carmelo, clamando aos céus as chuvas torrenciais para dessedentar a terra e restaurar a sorte da nação depois de três anos e meio de seca severa. Na sétima vez que clamou ao Senhor, seu moço viu uma nuvem, do tamanho da palma de uma mão, que subia do mar. Elias, entendeu que era a promessa de uma chuva copiosa que se aproximava.
O Brasil vive tempos de sequidão e os Elias de Deus estão orando por uma poderosa visitação de Deus nesse tempo. A crise está instalada em todos os setores da sociedade: do palácio ao parlamento, das cortes às escolas, das igrejas às famílias. Cresce a impiedade. Agiganta-se a iniquidade. A injustiça desfila nas ruas. A imoralidade desfralda suas bandeiras. A desonestidade está nas ruas. A violência assusta a nação. Nesse deserto de virtudes e nesse campo minado de integridade, sentimo-nos acuados por aqueles que deveriam nos defender. Fracassa o braço da carne. Entra em colapso o sistema garantidor da ordem e da justiça. Aqueles que violam as leis e auferem gordas vantagens de esquemas de corrupção recebem as benesses dos magistrados e desfilam garbosos como beneméritos da sociedade. Aqueles que deveriam legislar para o bem do povo, deixam-se vender por dinheiro e corrompem seu mandato. Aqueles que deveriam governar para o bem do povo, blasonam discursos populistas para promover aquilo que traz mais desespero para a nação.
Nesse ambiente cinzento de tantas sinuosidades morais, a nação geme sob látego da desesperança. Não há a quem recorrer. Prevalece as nulidades enquanto a virtude escasseia. As igrejas cristãs, que deveriam manter-se focadas no seu chamado de anunciar o evangelho, não raro, imiscuem-se também em bandeiras alheias à sua vocação e perdem sua vitalidade. É nessa hora de ameaça à nação, que à semelhança de Elias, devemos nós subir à presença do Senhor e nos humilharmos até ao pó, clamando pelas chuvas do avivamento. A saída para o Brasil não está na plataforma política nem apenas numa política de recuperação econômica. Só uma intervenção soberana de Deus pode erguer nosso país do caos político, moral e espiritual. Precisamos de um avivamento espiritual que desperte a igreja e impacte o mundo. Precisamos das chuvas restauradoras do alto para regar os corações sedentos e aflitos.
Elias confrontou o rei Acabe, o povo e os profetas de Baal. Elias não deu outros nomes a Baal, mas removeu Baal do caminho. Entre as chuvas de Deus e a terra seca havia um obstáculo que precisava ser removido. Baal precisava ser eliminado. Depois de mostrar, com sinais eloquentes, que só o Senhor é Deus, Elias subiu para o cume do monte Carmelo para clamar pelas torrentes do céu. Elias orou com humildade e perseverança. Orou até as chuvas descerem. Elias falou do poder de Deus e o experimentou. De igual modo, a maior necessidade da igreja é preparar o caminho do Senhor e clamar aos céus por um grande avivamento. É tempo de buscarmos ao Senhor até que ele venha. É tempo de orarmos até que uma nuvem se forme no horizonte. É tempo da igreja perseverar em oração até que do alto sejamos revestidos de poder. É tempo de vermos uma igreja restaurada pelo Espírito Santo e uma nação alcançada pelo evangelho da graça. Que venham as chuvas da graça sobre nós!
Rev. Hernandes Dias Lopes