O livro de Atos retrata a pessoa e a obra do nosso glorioso Redentor. Lucas, seguindo a mesma toada do evangelho que leva seu nome, continua relatando sobre a pessoa e a obra de Jesus. Destacaremos, aqui, três verdades magnas:
Em primeiro lugar, a vida e os ensinamentos de Jesus (At 1.1). “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar”. Lucas era médico e historiador. Natural de Antioquia da Síria, foi o único escritor gentio do Novo Testamento. Sua obra foi composta em dois volumes: O Evangelho de Lucas e o Livro de Atos dos Apóstolos. No primeiro volume, ele relatou todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar. Em Atos ele dá prosseguimento ao que Jesus continuou a fazer por intermédio da igreja, pela ação do Espírito Santo. O método usado por Jesus foi primeiro fazer, depois ensinar. Essa metodologia não pode ser alterada. O ser vem antes do fazer. A vida precede ao ensino. A realização é o fundamento do ensino. Jesus não foi um alfaiate do efêmero, mas o escultor do eterno. Seus ensinamentos não foram divorciados de sua prática. Ele andou por toda parte fazendo o bem e libertando os oprimidos do diabo: os cegos viram, os surdos ouviram, os mudos falaram, os coxos andaram e os mortos ressuscitaram. Ele ensinava não como os escribas e fariseus, mas como quem tem autoridade. Sua doutrina estava ancorada em seu exemplo. Seus ensinos eram respaldados pelas suas obras. Jesus era o avalista de suas próprias palavras. Hoje, de igual modo, temos o desafio de seguir a mesma toada. Nossas obras devem refletir nossa mensagem. Nossa mensagem devem referendar nossas palavras.
Em segundo lugar, a ressurreição de Jesus, um fato incontestável (At 1.3). “… se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis…”. A ressurreição de Jesus é a pedra fundamental da fé cristã. O túmulo vazio de Jesus é o berço da igreja. As melhores notícias do mundo vieram da vitória de Cristo sobre a morte. Ele entrou nas entranhas da morte, arrancou o aguilhão da morte, matou a morte e ressurgiu inaugurando a imortalidade. Lucas, depois de acurada investigação, afirma com clareza diáfana, que Jesus se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis. Se Jesus tivesse permanecido no túmulo, a cruz seria um fracasso. Se a morte tivesse retido Jesus no túmulo, nossa esperança estaria morta. A ressurreição de Jesus quanto ao passado é um fato histórico incontroverso; quanto ao presente, é um artigo de fé; e, quanto ao futuro, uma esperança bendita. As provas da ressurreição de Jesus são incontestáveis. Ele ressuscitou e apareceu várias vezes a diferentes pessoas. Ele ressuscitou e seus inimigos nada puderam fazer para refutar essa realidade. Ele ressuscitou e seus discípulos, outrora acovardados, se tornam poderosas testemunhas acerca de sua vitória sobre a morte. A ressurreição de Jesus é a garantia de que também teremos um corpo de glória. A morte foi tragada pela vitória. O túmulo não é nosso último endereço. Caminhamos não para um ocaso sombrio, mas para o raiar de uma eternidade de felicidade indizível.
Em terceiro lugar, a promessa do Pai, o derramamento do Espírito Santo (At 1.4).
“… que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes”. A promessa do Pai é o derramamento do Espírito Santo, anunciado pelo profeta Joel, séculos antes de Cristo. Essa promessa foi anunciada por Jesus depois de sua ressurreição. Ele disse: “Permanecei na cidade até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Os discípulos ao ouvirem sobre essa promessa, imaginaram que Jesus estivesse falando sobre a restauração do reino a Israel. Jesus esclarece, dizendo que não lhes competia saber tempos ou épocas que o Pai havia reservado pela sua exclusiva autoridade. Então, destaca que eles receberiam o poder do Espírito Santo para serem testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia, Samaria e até aos confins da terra (At 1.8). Essa promessa foi aguardada pelos discípulos, no cenáculo, onde todos perseveraram unânimes em oração (At 1.14). Essa promessa foi cumprida no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado para estar para sempre com a igreja (At 2.1-3). Essa promessa é para nós e para os nossos filhos (At 2.39).
Que o nosso coração se renda a Cristo, o Mestre por excelência, o vitorioso sobre a morte e o agente da promessa do Pai. Rev. Hernandes Dias Lopes