O Estado do Rio Grande do Sul vive a maior calamidade do século, o maior desastre natural de sua história. Chuvas torrenciais caíram sobre o Estado, provocando transbordamento de rios, rompimento de barreiras, inundações gigantescas. Centenas de cidades foram atingidas e algumas delas ficaram literalmente debaixo d’água. Pontes foram arrancadas, estradas destruídas, cidades inundadas. O prejuízo humano e material é incalculável. A dor é imensa. O desespero é avassalador. Em algumas regiões o resgate não consegue chegar. Casas são arrancadas pela fúria das águas. Pessoas indefesas são arrastadas pelo turbilhão de água que a tudo leva e devasta.
Nesse momento de calamidade é mister que os brasileiros se mobilizem para socorrer nossos compatrícios. Nessa hora devem cessar as pugnas políticas, as diferenças ideológicas, os gostos e preferências pessoais. Somos todos brasileiros. Somos todos rio-grandenses. Não cabem atitudes mesquinhas de bisbilhoteiros da dor alheia. Não cabem discursos hipócritas de políticos sem escrúpulo, querendo lucrar com a tragédia. É tempo de ação e não de discurso. É tempo de trabalho e não de verborragia. É tempo de estender a mão aos aflitos e não de reprimendas descabidas.
A ação de socorro emerge da sociedade civil com vigor. Empresários se mobilizam. Comerciantes e fazendeiros fazem suas doações. O povo, de forma geral, se sensibiliza. É um mutirão em favor da vida. É uma ação de resgate na hora da calamidade. Ninguém deve ficar de fora dessa grande empreitada. O pouco multiplicado aos milhões torna-se uma grande força de ajuda. Omitir-se nessa hora é crueldade. Encolher a mão nesse tempo é desumanidade. Promover shows com requinte ocultista e desfaçatez moral é inverter os valores. O Brasil não precisa, agora, de circo. Precisamos de choro e mãos estendidas para ajudar a tirar o povo rio-grandense desse cenário tenebroso.
Que as igrejas se mobilizem! Que os empresários se levantem. Que os cidadãos de bem, que amam a Deus e ao próximo, arregassem as mangas. Que uma cruzada do bem seja travada nesse tempo tormentoso para deixar evidente que na crise se faz o irmão, no choro se conhece o amigo na dor se evidencia a fraternidade. Juntos somos mais fortes. Juntos podemos ir mais longe. Juntos poderemos ver a reconstrução do Estado, das cidades, dos campos férteis, da população honrada do Rio Grande do Sul. Avante, brasileiros! É tempo de agir!
Rev. Hernandes Dias Lopes