Depois de listar as obras da carne (Gl 5.19-21), o apóstolo Paulo passa a falar sobre o fruto do Espírito (Gl 5.22,23). Se as obras da carne tratam de pluralidade, o fruto do Espírito tem a ver com a singularidade. Não são frutos, mas o fruto do Espírito. As virtudes elencadas são como gomos de um mesmo fruto. Têm a mesma fonte e uma mesma natureza. De tal maneira, que uma pessoa não poder ter este fruto e não ter aquele. O fruto é um só, com vários aspectos. Vejamos:
Em primeiro lugar, amor. O amor é a principal virtude cristã. É o maior mandamento e, também, o próprio cumprimento da lei de Deus. O amor é a evidência do verdadeiro discipulado. Quem ama conhece a Deus e vive na luz.
Em segundo lugar, alegria. A alegria é o apanágio do crente. Fomos alcançados pela boas novas de grande alegria. O reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo. A ordem de Deus é: “Alegrai-vos”. A alegria do Senhor é a nossa força. Essa alegria coexiste com a dor e muitas vezes é temperada com as lágrimas.
Em terceiro lugar, paz. A paz é resultado da nossa reconciliação com Deus e da nossa intimidade com Deus. Temos paz com Deus e experimentamos a paz de Deus. Aqueles que são governados pelo Espírito Santo têm a alma pacificada. Vivem em paz, são mensageiros da paz e são chamados pacificadores.
Em quarto lugar, longanimidade. Esta virtude tem a ver com a paciência triunfadora. É possuir um ânimo longo. É não perder as estribeiras diante das adversidades da vida ou perseguições do mundo. Longanimidade é caminhar a segunda milha; é reagir transcendentalmente.
Em quinto lugar, benignidade. Benignidade é revelar amor no trato, doçura no falar e bondade nas ações. É pensar bem do próximo, colocá-lo em primeiro lugar e buscar a honra do outro antes da honra própria.
Em sexto lugar, bondade. Bondade é pensar no bem do próximo e fazer o que é melhor para ele. É colocar o outro na frente do eu. É buscar meios e formas de honrar o outro, cuidar do outro e socorrê-lo em suas necessidades.
Em sétimo lugar, fidelidade. Fidelidade é ser íntegro, é respeitar a honra do próximo e cumprir os compromissos assumidos. Ser fiel é empenhar a palavra e esmerar-se no cumprimento dos votos assumidos.
Em oitavo lugar, mansidão. Mansidão é poder sob controle. É força domesticada. É vencer o mal com o bem. Ser manso não é ser fraco; é antes, a disposição de sofrer o dano, mesmo tendo oportunidade de prevalecer sobre o próximo.
Em nono lugar, domínio próprio. Ter domínio próprio é ter controle sobre si mesmo. É viver sem perder as rédeas dos sentimentos, das palavras, das ações e das reações. É saber a hora certa de falar e de agir. É ser controlado pelo Espírito Santo. Esses gomos do fruto do Espírito são uma expressão eloquente das virtudes de Cristo estampadas em nós.
Rev. Hernandes Dias Lopes