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O ARCO-IRIS DE DEUS

            O arco-íris é um símbolo da aliança de Deus, de que não destruiria novamente a terra por intermédio de um dilúvio. Esse sinal era visível, notável, colocado nas nuvens para todos verem. Nas Escrituras há três momentos em que esse sinal é visto. Vamos destacar aqui esses três momentos e extrair algumas lições para o nosso enlevo espiritual.

            Em primeiro lugar, o arco-íris depois da tempestade (Gn 9.8-17). Depois que Noé e sua família saíram da arca, toda a terra estava atingida pelas águas que vieram de cima e as águas que brotaram debaixo. O dilúvio foi um juízo divino àquela geração má e perversa. O dilúvio foi universal. Atingiu toda a terra. O dilúvio apontava para um juízo ainda maior, o juízo final. Depois que as águas secaram, Deus faz uma aliança com Noé e sua descendência e diz que as águas nunca mais se tornariam em dilúvio para destruir toda carne. O arco-íris estaria nas nuvens e ao vê-lo, Deus se lembraria de sua aliança eterna entre ele e todos os seres viventes de toda carne que há sobre a terra. Aqui aprendemos que depois da tempestade vem a bonança. Depois do choro vem a alegria. Depois da angústia vem o consolo. Depois da morte irrompe a vida. Mesmo que as circunstâncias sejam medonhas e mesmo que a carranca da morte deixe suas tristes pegadas, podemos ter a convicção de que Deus continua no controle do universo, tem as rédeas da história em suas mãos e jamais se esquecerá de sua aliança conosco.

            Em segundo lugar, o arco-íris no meio da tempestade (Ez 1.26-28). Ezequiel tem uma visão. Ele vê o resplendor da glória do Senhor, no aspecto do arco-íris que aparece na nuvem em dia de chuva. Ao ver o resplendor dessa glória, ele cai com o rosto em terra e ouve a voz do Senhor que o ordena a ficar de pé. O Espírito de Deus o possui e o Senhor o comissiona a pregar à nação de Israel e às nações rebeldes, sem qualquer temor, quer essas nações ouçam ou não. Aqui aprendemos que mesmo quando estamos no miolo da tempestade, no epicentro da crise, sendo enviados a cumprir uma missão árdua, nos lugares mais hostis e entre os homens mais rebeldes, o símbolo da aliança de Deus pode ser visto, não depois da tempestade ter ido embora, mas durante a tempestade. O Senhor é aquele que não nos livra da fornalha, mas caminha conosco no meio dela. O Senhor não nos poupa da cova dos leões, mas está conosco, livrando-nos da fúria dos predadores. O Senhor não nos livra dos vales da sombra da morte, mas caminha conosco nesses vales. Não precisamos ter medo ainda que os homens mais poderosos se levantem contra nós.

            Em terceiro lugar, o arco-íris antes da tempestade (Ap 4.3-5). João está exilado na Ilha de Patmos, uma colônia penal, já no final de sua vida. Todos os demais apóstolos já estavam mortos pelo viés do martírio. A igreja estava enfrentando os dias mais tenebrosos de sua jornada. Os crentes estavam sendo crucificados, queimados vivos e jogados às feras. No horizonte da igreja se formavam as nuvens escuras de uma terrível tempestade. João estava isolado nessa ilha, com todas as portas da terra fechadas para ele. É nesse momento que Deus lhe abre uma porta no céu e lhe ordena: “… sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4.1). Quando João vê aquele que está assentado no trono, não ousa descrevê-lo. Ao redor do seu trono, ele vê um arco-íris. Só depois que João contempla o arco-íris é que ele vê os relâmpagos luzidios e o ribombar dos trovões. Aqui aprendemos que antes da abertura dos selos, do toque das trombetas e do derramamento das taças da ira de Deus, o Senhor mostra a João que tudo estava sob controle. O livro da história está nas mãos do Cordeiro e ele conduzirá a história à sua consumação. Não temos o que temer no futuro, pois Deus está no futuro. Não temos que temer o desconhecido porque Deus está no trono. Não temos que temer as tempestades, porque o arco-íris da aliança de Deus já é contemplado antes que as tempestades cheguem. Que o nosso coração descanse, portanto, na fidelidade de Deus! Rev. Hernandes Dias Lopes

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