“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6.6).
Somos salvos pela graça, mediante a fé, para as boas obras. Somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus paras as boas obras. Fazer o bem é nossa missão. Fazer o bem é expressão de nossa fé. Fazer o bem socorre os homens na terra e glorifica a Deus no céu. Porém, fazer o bem pode levar-nos a uma exaustação. Por isso, muitos estão cansados da obra e na obra. Não podemos desfalecer na medida que nossas mãos estão estendidas para a prática do bem. Fazer o bem é uma semeadura e toda semeadura tem uma colheita. Hoje é tempo de semear e de colher. Mas quais são estágios dessa prática do bem? Vejamos:
Em primeiro lugar, devemos fazer o bem prioritariamente à nossa própria família (1Tm 5.8). “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. A família é o nosso primeiro núcleo de relacionamento e a nossa primeira área de atuação. Devemos cuidar de nossa família, suprindo suas necessidades e assistindo-a em suas carências. A prática do bem precisa ser primeiro dentro dos portões para depois transbordar para fora dos portões. Fazer o bem para fora e desamparar os de casa é uma incongruência. A generosidade começa em casa. Nossa família deve merecer o melhor do nosso tempo e dos nossos recursos. Não podemos assistir os de fora e deixar à míngua os da própria casa.
Em segundo lugar, devemos fazer o bem aos domésticos da fé (Gl 6.10). “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”. Nem sempre temos oportunidade de fazer o bem. As oportunidades não devem ser perdidas nem desperdiçadas. A demanda é grande e as necessidades dos nossos irmãos gritam aos nossos ouvidos e são patentes aos nossos olhos. A igreja é uma família e na família da fé os irmãos devem socorrer uns aos outros. O amor não é um discurso, mas uma prática. O amor não é apenas de palavras, mas deve ser de fato e de verdade. A evidência de que somos discípulos de Cristo é o amor. O amor é o cumprimento da lei. O amor não é o que prometemos ou sentimos, mas o que fazemos. Não podemos amar a Deus sem amar os irmãos. Não podemos amar os irmãos sem socorrê-los em suas necessidades. A Palavra é Deus é categórica em dizer que devemos compartilhar as necessidades dos santos e praticar a hospitalidade (Rm 12.13).
Em terceiro lugar, devemos fazer o bem a todos indistintamente (Gl 6.10). “… façamos o bem a todos…”. Depois de assistir a família e fazer o bem aos domésticos da fé, precisamos alargar as fronteiras da prática do bem para todas as pessoas. Nessa seara não tem muros. Devemos amar e fazer o bem a todos, sem exceção e sem acepção. O amor desconhece barreiras de gênero, raça, cultura e religião. A prática do bem é um testemunho eloquente do evangelho numa sociedade onde predomina o egoísmo. A prática do bem é a apologética final num mundo marcado pelos discursos religiosos e pelo apego às coisas materiais. A prática do bem adorna nossas palavras, confirma nosso testemunho, impacta as pessoas à nossa volta e glorifica a Deus. É tempo de abrir o coração, os lábios, as mãos, o bolso e a casa para ser um abençoador, um agente da prática do bem.
Em quarto lugar, devemos fazer o bem até aos nossos inimigos (Rm 12.20,21). “… se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber […]. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. A prática do bem é endereçada não apenas àqueles que nos fazem bem, mas também deve chegar até mesmo àqueles que nos fazem mal. Não vencemos um inimigo, pagando o mal com o mal. Transformamos o inimigo em amigo, quando pagamos o mal como bem. O amor excede. É ultracircunstancial. Pagar o bem com o mal é demoníaco; pagar o mal com o mal é desumano; mas, pagar o mal com o bem é divino. Então, faça o bem à sua família, aos seus irmãos, a todos os homens e até mesmo aos seus inimigos!
Rev. Hernandes Dias Lopes