Os evangelhos sinóticos relatam a cura de um paralítico em Cafarnaum e o evangelista Marcos conclui seu registro, dizendo que todos se admiraram e deram glória a Deus, afirmando: “Jamais vimos coisa assim!” (Mc 2.12). Esse episódio enseja-nos três grandes lições:
Em primeiro lugar, o paralítico foi carregado e voltou carregando. O paralítico não podia ir a Jesus; ele foi levado. Suas pernas estavam entrevadas. Seus movimentos haviam paralisado. Estava confinando numa cama. Seus amigos o levaram a Jesus. Subiram com ele para o teto da casa e destelhando-a, desceram o paralítico onde Jesus estava. Jesus, vendo-lhes a fé, curou o homem emocional, física e espiritualmente. Ele foi aleijado e voltou curado. Ele foi deitado no seu leito e voltou carregando o leito. Ele foi enfermo e voltou cheio de saúde. Jesus curou aquele homem emocionalmente, quando lhe ordenou: ‘Tende bom ânimo”. Jesus curou-o espiritualmente, quando lhe falou: “Os teus pecados estão perdoados”. Jesus curou-o fisicamente, ordenando-lhe: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”.
Em segundo lugar, o paralítico foi cativo e voltou livre. O paralítico estava preso ao leito, ao desânimo e ao pecado. Ele foi levado a Jesus literalmente cativo. Ele não podia promover sua própria cura. Não podia gerar ânimo em seu coração nem muito menos libertar-se de seus pecados. Aquele homem era totalmente carente da graça salvadora de Jesus e totalmente necessitado do seu poder de curar. Ao ser levado a Jesus, as grossas correntes do desânimo foram quebradas. Seus pecados, que atormentavam sua alma e o mantinham prisioneiro da carne, do mundo, e do diabo foram perdoados. Seu corpo, surrado pela doença crônica e incurável foi, milagrosamente, curado por Jesus instantânea e eficazmente. O paralítico foi a Jesus cativo e voltou para sua casa livre. Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Só ele tem poder de libertar os cativos. A Escritura diz: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo8.32).
Em terceiro lugar, o paralítico foi buscar uma bênção e voltou trazendo duas. Quando o paralítico foi levado a Jesus, o que se pretendia era sua cura física. O alvo era apenas o alívio do sofrimento das dores temporais. A enfermidade do paralítico foi o motivo desse homem ser levado a Jesus. Os problemas temporais podem abrir-nos a agenda para as coisas eternas. Porém, quando o homem foi colocado diante de Jesus, este diagnosticou nele males ainda mais graves. Ele precisava de ânimo antes de ser curado. Precisava de perdão para seus pecados antes de suas pernas se movimentarem. De todas as necessidades humanas, o perdão é a mais urgente. Os males do corpo podem afligir os homens apenas no breve percurso do berço à sepultura, mas o pecado atormenta-os no tempo e na eternidade. As enfermidades do corpo terminam com a morte, mas o pecado empurra os homens para um abismo eterno, de atroz sofrimento, sem qualquer pausa ou descanso. Oh, quão miserável é o homem preso aos seus pecados! Quão trágico é o destino daqueles que permanecem em seus pecados! O paralítico foi levado a Jesus para buscar uma bênção, a cura física, mas voltou trazendo duas: a cura física e, também, a cura espiritual.
Hoje, Jesus pode fazer o mesmo em sua vida. Ele é poderoso para curar, libertar e salvar. Ele traz ânimo novo aos que apáticos estão rendidos ao desânimo. Ele traz cura aos que estão assolados pela enfermidade. Ele traz perdão e salvação àqueles que se arrependem e nele creem. Em Cafarnaum, após o extraordinário milagre operado por Jesus, todos ficaram maravilhados e glorificavam a Deus, dizendo: “Jamais vimos coisa assim!”. Hoje, coisas surpreendentes, inéditas e singulares, também, podem acontecer em sua vida. Renda-se aos pés de Jesus e surpreenda-se!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Que maravilha essa revelação. Muita sabedoria envolvida. Glória a Deus pela sua vida reverendo.