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ESCOLHA VIVER

            10 de setembro é o dia mundial de prevenção ao suicídio. Este é um dos maiores problemas sociais do mundo. Mais pessoas se matam do que são mortas. Há mais suicídios do que assassinatos no mundo. Para cada dez suicídio, apenas um é relato como tal. O problema é mais grave do que aparenta ser. Daí a necessidade urgente de se prevenir.

            Há muitas causas que levam um indivíduo a flertar com a morte ou mesmo desistir de viver. Há causas exógenas e endógenas. Há causas físico-emocionais e causas espirituais. Há, de igual modo, muitos mitos que rondam o tema. Por isso, a prevenção é vital para salvar vidas.

  1. Causas do suicídio

            Mencionarei, aqui, algumas dentre as várias causas do suicídio:

            Em primeiro lugar, a depressão. Esta é a maior causa do suicídio. Atinge cerca de dez por cento da população mundial. Pessoas de todas as faixas etárias, de todos os estratos sociais e de todos os credos religiosos sofrem com a depressão. Andrew Solomon definiu depressão como “vestir uma roupa de madeira” ou “engolir seu próprio funeral”. A depressão nem sempre é fácil de diagnosticar. Muitas pessoas têm uma visão distorcida das causas que a provocam. Há alguns que pensam que depressão é pecado; outros creem que depressão é ação demoníaca. Porém, depressão é uma doença, que precisa ser tratada como tal, e isso com remédio, terapia e fé.

            Em segundo lugar, problemas sentimentais. Muitas pessoas flertam com a morte depois do término de um relacionamento, seja por autopiedade ou numa lógica falha, para punir a outra pessoa.

            Em terceiro lugar, doenças crônicas. Há pessoas que, com medo de não ter forças para lidar com uma doença grave, optam por ceifar a própria vida, cometendo um grave engano: a morte não põe fim à dor que a provoca. E mais, só Deus é o autor da vida e só ele tem o direito de tirar a vida.

            Em quarto lugar, radicalismo religioso. Há aqueles que ceifam a própria vida e a vida de outras pessoas, pensando com isso agradar a Deus. O radicalismo religioso associado à cegueira espiritual potencializa esse perigo.

  • Prevenção ao suicídio

O suicídio pode e deve ser prevenido. Esse mal irremediável pode ser evitado. É necessário que os gritos silenciosos de socorro sejam escutados por ouvidos sensíveis e atentos. Vejamos:

Em primeiro lugar, a família precisa ser o primeiro refúgio de esperança. Os pais, os irmãos e os parentes chegados devem ficar atentos e apercebidos aos sinais de perigo. Não é verdade que aqueles que falam em ceifar sua vida jamais o farão. Isso é, na verdade, um pedido de socorro. A família precisa estar perto. A solidão é uma péssima companhia na hora da crise. Gente precisa de Deus, mas gente precisa de gente.

Em segundo lugar, a igreja precisa ser um porto seguro de esperança. A igreja é a comunidade da cura. Devemos levar as cargas uns dos outros. Se um membro do corpo sofre, todos sofrem com ele. Assim, a comunidade da fé é um importante suporte para aqueles que estão sentindo as dores da alma.

Em terceiro lugar, os amigos chegados são necessários para o enfrentamento desse drama. Todos nós precisamos de amigos com quem abrimos o coração, repartimos as dores e dividimos as cargas. O amigo é aquele que nos confronta em particular e nos defende em público. O amigo oferece-nos ouvidos sensíveis, coração compassivo e mãos restauradoras.

Resta claro afirmar que a vida é um dom de Deus. Devemos amá-la, valorizá-la e cuidar dela!

Rev. Hernandes Dias Lopes

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