A eleição divina é uma das verdades mais consoladoras das Escrituras e, também, uma das mais combatidas. Há aqueles que a rejeitam porque não a compreendem. Outros a desconsideram porque não se encaixa no seu arcabouço doutrinário. O que a Bíblia ensina sobre essa magna doutrina?
Em primeiro lugar, o autor da eleição. Deus é o autor da eleição. Não fomos nós quem escolhemos a Deus; foi ele quem nos escolheu. Escolheu-nos livre, soberana e incondicionalmente. Escolheu-nos segundo o beneplácito de sua vontade, conforme a sua própria determinação e graça e não pelas nossas obras. Não é o homem quem escolhe a Deus, é Deus quem escolhe o homem
Em segundo lugar, o agente da eleição. Deus nos escolheu em Cristo, para a salvação. Não há eleição fora de Cristo. Somente por meio de Cristo o homem pode ser salvo e ter vida eterna. Cristo é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Ele é o mediador da nova aliança. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é o caminho para Deus. Ele é a porta da salvação. Fomos eleitos nele para a salvação.
Em terceiro lugar, o tempo da eleição. Deus nos escolheu em Cristo para a salvação, mediante a fé na verdade e a santificação do Espírito, antes dos tempos eternos. A eleição divina recua aos refolhos da eternidade. Fomos escolhidos antes da fundação do mundo. Os céus ainda não existiam. A terra com seus montes e vales ainda não tinha sido chamada à existência. O sol ainda não brilhava nem as estrelas do firmamento tinham sido ainda espalhadas, quando Deus nos conheceu de antemão; quando ele, soberanamente, nos escolheu para a salvação.
Em quinto lugar, o propósito da eleição. Há aqueles que dizem que Deus nos escolheu porque previu que iríamos crer em Jesus, mas a Palavra de Deus ensina que ele nos escolheu para a fé e não por causa da fé. A fé não é causa da eleição, mas seu resultado (At 13.48). Alguns pensam que Deus nos escolheu porque previu nossa santificação, mas a Palavra de Deus ensina que ele nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis. A santificação dos eleitos não é a causa da eleição, mas seu resultado (Ef 1.4). Há aqueles que pregam que Deus nos escolheu porque viu em nós boas obras, mas a Palavra de Deus ensina que somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para as boas obras. Assim, as boas obras não são a causa da eleição, mas sua evidência. Resta claro, portanto, afirmar que a eleição não tem sua base em quem somos ou no que fazemos, mas em quem Deus é, e nos seus decretos eternos e soberanos. Ainda, a eleição não é um estímulo ao descuido espiritual, como afirmam alguns, mas a razão mais eloquente para a piedade. De igual modo, a eleição não amortece o ímpeto evangelístico da igreja, mas é o seu maior incentivo e a sua mais segura garantia de sucesso. Finalmente, a eleição não tem como propósito enaltecer o homem, mas glorificar a Deus!
Rev. Hernandes Dias Lopes