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É TEMPO DE VOLTAR-SE PARA DEUS

            O profeta Joel viveu no tempo de uma crise medonha em sua nação. A seca, o fogo, os gafanhotos e o exército inimigo arrasaram sua terra, abalando a economia e deixando até mesmo o sistema religioso em colapso. Nessa conjuntura, o profeta reconhecendo que o pecado da nação era a causa precípua da crise, conclamou o povo ao arrependimento, traduzido numa volta profunda, sincera e urgente para Deus. Como deveria ser essa volta?

            Em primeiro lugar, uma volta para um relacionamento pessoal com Deus. Há um grande perigo de se institucionalizar o relacionamento com Deus e a vida religiosa tornar-se mecânica e inócua. O povo deveria voltar-se para Deus e não apenas para a estrutura religiosa carcomida pela sonolência espiritual.

            Em segundo lugar, uma volta com sinceridade real. Essa volta para Deus precisava ser de todo coração e não apenas de palavras. Há um risco de transformar a religiosidade apenas em discurso bonitos e em palavras eloquentes, mas sem a coerência de uma vida transformada. Nessa volta, o povo deveria rasgar não as vestes, mas o coração. Deus requer não uma demonstração cênica de uma religiosidade fingida, mas uma prova evidente de um coração transformado.

            Em terceiro lugar, uma volta com o choro do arrependimento. O povo deveria verter as lágrimas do arrependimento e não o choro do fingimento. Sem quebrantamento não há volta para Deus. Os olhos molhados de lágrimas são o retrato de um coração arrependido.

            Em quarto lugar, uma volta marcada pela diligência do jejum. O jejum é a abstenção de algo bom por outro melhor. É abster-se do sabor do pão da terra pelo apetite do pão do céu. É trocar o símbolo pelo simbolizado. É ter fome de Deus mais do que das bênçãos de Deus. Quem jejua tem pressa para acertar a vida com Deus.

            Em quinto lugar, uma volta urgente e sem tardança. A nação estava assolada pela crise medonha e ameaçada por uma invasão militar. Porém, mesmo nessa situação adversa, o povo deveria voltar-se para Deus. Retardar essa volta era optar pelo desastre. Voltar-se para Deus era o único caminho da restauração.

            Em sexto lugar, uma volta de todos, sem exceção. Desde os anciãos às crianças, desde os recém-casados aos sacerdotes, todos deveriam voltar-se para o Senhor. Ninguém é dispensado. A volta precisa ser urgente e unânime.

            Em sétimo lugar, uma volta com garantia de restauração. Deus promete restaurar todas as áreas afetadas pela crise e, ainda, derramar o Espírito Santo sobre filhos, filhos, jovens, velhos, servos e servas. O arrependimento traz cura. A volta para Deus produz restauração. Quando o coração se rasga na terra, os céus se rasgam num poderoso derramamento do Espírito Santo.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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