Zorobabel e Josué, governador e sacerdote de Jerusalém estão comprometidos com a construção do segundo templo, mas os adversários de Judá e Benjamim se empenharam para paralisar a obra (Esdras 4.1-24). Nesse intento usaram várias estratégias:
Em primeiro lugar, tentaram fazer parte da obra (4.1-3). O inimigo nunca é tão perigoso como quando vem disfarçado. Os inimigos vieram a Zorobabel e aos líderes, propondo uma parceria. Queriam se unir aos judeus na construção do templo. O intento deles, entretanto, era se infiltrar para perseguir os obreiros e paralisar a obra. Suas palavras eram macias como manteiga, mas as intenções do coração eram duras como a pedra. O inimigo tem muitos estratagemas. Usa um variado arsenal e tem muitos figurinos. Disfarça-se de amigo, mas, na verdade, é um inimigo consumado.
Em segundo lugar, tentaram desanimar os obreiros (4.4).Os inimigos do povo de Deus habitavam nos arredores de Jerusalém. Eles desanimaram o povo de Judá, trazendo-lhe grande inquietação. Carregaram as tintas para mostrar aos edificadores que essa era uma obra inexequível. Eles sabiam que o desânimo é contagioso. Uma pessoa desanimada pode influenciar todos à sua volta. O desânimo é a antessala do fracasso, o portal do pessimismo, a sepultura dos sonhos.
Em terceiro lugar, tentaram sabotar os planos dos obreiros (4.5). Os inimigos não trabalharam sozinhos. Alugaram contra o povo de Deus conselheiros para frustrarem os planos de construção, durante todos os dias de Ciro, rei da Pérsia. O inimigo não descansa nem dá descanso. Esses conselheiros de aluguel eram parasitas que tentaram matar os sonhos do povo de Deus. Eles não apenas atacaram os obreiros, como também, atacaram seus planos. Os adversários da obra não tiram férias. Eles tentaram frustrar os planos da construção do templo todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario.
Em quarto lugar, acusaram os obreiros junto ao rei (4.6-16). Os opositores da obra se empenharam na paralização da construção do templo e na restauração de Jerusalém desde o reinado de Ciro, passando pelos reinados de Dario, Assuero (Xerxes) e Artaxerxes. No reinado de Artaxerxes, escreveram ao rei uma carta fazendo pesadas acusações contra os construtores e trazendo à tona as rebeldias da cidade nos tempos de outrora. Acusaram os judeus de más intenções. Induziram o rei a crer que a restauração de Jerusalém tinha o propósito de libertar os judeus do jugo da Pérsia e que a finalidade dos construtores era uma velada rebelião contra o rei e os interesses do seu reino.
Em quinto lugar, o rei ordenou a paralização da obra (4.17-24). O rei Artaxerxes caiu na armadilha dos adversários de Jerusalém e respondeu a carta, dando ordens expressas para que a obra fosse paralisada. Os acusadores do povo de Deus ao receberem a carta do rei, foram imediatamente a Jerusalém de armas em punho e forçaram os judeus a parar a obra. Então, cessou a obra da Casa de Deus, em Jerusalém e isso, até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia, quando a obra foi reiniciada e concluída.
É tempo de fazer a obra. É tempo de vigiarmos. A obra é grande, os trabalhadores são poucos e os inimigos são astuciosos. Mas, maior é Deus que desbarata os planos do inimigo e conduz o seu povo em triunfo.
Rev. Hernandes Dias Lopes