Já era previsível o desencanto com a mensagem humanista e triunfalista, da teologia da prosperidade, que coloca o homem no palco e faz dele o centro do universo. Essa mensagem, centrada no homem, pode ser popular, mas não é verdadeira. Pode atrair as pessoas, por um momento, mas não o tempo todo. A teologia da prosperidade e da confissão positiva estão na contramão do ensino bíblico. O homem não é o centro de todas as coisas, Deus é. Não é a vontade do homem que deve prevalecer no céu, mas a vontade de Deus que deve prevalecer na terra. Não é Deus quem está a serviço do homem, mas é o homem que deve ser estar a serviço de Deus.
Vamos elencar quatro razões pelas quais devemos rejeitar a mensagem da teologia da prosperidade:
Em primeiro lugar, porque esta mensagem é antropocêntrica e não Cristocêntrica. A mensagem do evangelho é Cristocêntrica. Ela exalta a Cristo e não o homem. Fala das glórias do Redentor e não das proezas do homem. Enaltece a cruz de Cristo e não a riqueza material. Fala da salvação e não da prosperidade material. Destaca a pessoa e a obra do Salvador e não as conquistas terrenas. As bênçãos materiais podem vir como consequência da bênção de Deus e do trabalho honrado, mas não são a essência da vida cristã. Um cristão pode ser pobre e próspero e um homem pode ser rico e miserável. A vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui.
Em segundo lugar, porque essa mensagem visa agradar ao homem em vez de glorificar a Deus. Aqueles que pregam a teologia da prosperidade têm como propósito agradar ao homem e atraí-lo com essa mensagem. Porque o coração do homem está inclinado ao amor do dinheiro, os pregoeiros dessa falsa teologia prometem mundos e fundos aos que abraçarem sua mensagem. Mas, a riqueza material não satisfaz o coração humano. Deus colocou a eternidade no coração do homem e só as riquezas espirituais podem preencher o vazio de sua vida. O evangelho oferece perdão, redenção e vida eterna. A mensagem do evangelho requer do pecador arrependimento e fé em Cristo. A promessa do evangelho não é riqueza na terra, mas herança no céu. Não é tesouros neste mundo, mas herança imarcescível no céu.
Em terceiro lugar, porque essa mensagem promete em nome de Deus o que ele não está prometendo. Os embaixadores da teologia da prosperidade, usam como isca os testemunhos das pessoas que estavam desempregadas e endividadas e agora são prósperos empresários, como se essa fosse a realidade de todos ou a mensagem do evangelho. Essa vitrine é uma propaganda enganosa. É Deus quem faz o pobre e o rico. Prometer, porém, que todo crente será rico, é falsa promessa. Prometer que o crente nunca ficará doente, é uma falsa promessa. Prometer que o crente nunca enfrentará aflições neste mundo, é uma falsa promessa. A pandemia que assolou o mundo desde 2020 desmascarou a mensagem triunfalista desses mercadores da fé. Deus não promete riquezas a todos os que creem em Cristo, mas vida eterna.
Em quarto lugar, porque essa mensagem reduz as riquezas espirituais aos bens materiais. No Antigo Testamento as bênçãos espirituais eram, não raro, manifestadas por meio de riquezas materiais. Porém, no Novo Testamento, nós já somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais, em Cristo Jesus, nas regiões celestes. Somos herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. Mesmo não tendo nada, possuímos tudo. Muito embora as riquezas sejam expressão da generosidade de Deus, elas em si mesmas, não traduzem a realidade maior das bênçãos espirituais que temos em Cristo. Há ricos pobres e pobres ricos. Os apóstolos eram homens pobres e mesmo assim, influenciaram o mundo. Jesus, sendo rico se fez pobre para nos dar as riquezas celestiais. Devemos ajuntar tesouros no céu onde os ladrões não roubam e não colocar o nosso coração dos bens da terra, quando esses se multiplicam. Que Deus nos livre da falsa teologia! Que nos apeguemos, com mais firmeza, ao evangelho da graça!
Rev. Hernandes Dias Lopes
É sempre gratificante estar sempre aprendendo a palavra de Deus Jesus continue abençoando essa obra.