“Se andares perante mim como andou Davi, teu pai […]. Porém, se vos apartardes de mim […]. Então, eliminarei Israel da terra que lhe dei…” (1Rs 9:4-7).
A consagração do Templo de Jerusalém foi uma festa que durou quatorze dias. O povo reunido, tinha diante de seus olhos, um palácio revestido de ouro, como santuário de adoração e uma casa de oração para todos os povos. Toda a congregação de Israel estava exultando de alegria. O povo tinha à frente da nação um rei sábio e coberto de altas honras. A riqueza da nação era colossal. As nações ao redor serviam a Israel. Havia paz nas fronteiras e prosperidade dentro dos muros. Logo que a arca da aliança foi entronizada sob as asas dos querubins, uma nuvem de glória encheu a casa, a ponto de os sacerdotes não poderem permanecer no santuário. A presença de Deus tornara-se manifesta como na época em que o tabernáculo foi consagrado. Após as festividades, o povo retornou feliz, cada um para sua tenda e o Senhor, pela segunda vez, apareceu a Salomão, trazendo-lhe duas mensagens solenes:
Em primeiro lugar, a promessa da aliança (1Rs 9:1-5). Após as festividades, o povo retornou feliz, cada um para sua tenda e o Senhor, pela segunda vez, apareceu a Salomão, trazendo-lhe duas mensagens solenes. Deus afirma a Salomão que havia ouvido suas orações e atendido ao seu clamor. Deus colocou o selo de sua aprovação na edificação do templo, aprovou a cerimônia de consagração do templo e atendeu as orações do rei feitas no templo. O Senhor se agradou de Salomão e de sua obra. O Senhor se agradou do rei e do povo. Os céus se alegraram com a terra. Havia plena harmonia entre o propósito do rei e a aceitação do Rei dos reis. Salomão não erigiu o santuário para ele, mas para o nome do Senhor. Salomão construiu o templo conforme o próprio Deus havia orientado a Davi, seu pai. Salomão não edificou o templo para levantar um muro entre Israel e as outras nações, mas para atrair as outras nações, para virem a Jerusalém conhecer e adorar o Deus vivo. Tudo o que foi feito agradou a Deus. Tudo foi realizado para a glória de Deus. O Senhor deixou isso absolutamente claro para o rei Salomão.
Em segundo lugar, a advertência da aliança (1Rs 9:6-9). Deus disse, também, a Salomão que suas promessas eram condicionadas aos preceitos da aliança. Bênçãos viriam sobre a casa do rei e sobre a congregação de Israel se houvesse obediência aos preceitos da lei. Porém, o templo seria destruído e a nação seria dominada pelo poder estrangeiro e deportada de sua terra no caso de violação da lei. O templo, com toda a sua pujança, seria arrasado. A cidade de Jerusalém, com toda a sua glória, seria sitiada e tomada. O exílio e não a vitória sobre os inimigos seria o destino do povo. Se alguém viesse a perguntar os motivos de tamanha tragédia, todos deveriam afirmar que a decadência era a consequência da desobediência do povo da aliança. Israel estaria caída pelos seus pecados. O fracasso da nação não vinha de fora, mas de dentro. Israel tombaria sob as botas dos soldados inimigos, não pela força desses exércitos estrangeiros, mas pela sua rebelião contra Deus. Os inimigos não iriam prevalecer contra Israel pela força. Deus mesmo entregaria seu povo nas mãos dos inimigos.
Promessa e advertência, eis as duas opções. Salomão falhou. Israel falhou. A nação toda transgrediu os preceitos divinos. O templo foi profanado. A nação se rendeu à idolatria. A impiedade e a perversão prevaleceram. O Senhor, então, entregou o seu povo nas mãos de seus inimigos. As dez tribos do Norte caíram nas mãos dos assírios em 722 a.C., e o Reino de Judá, caiu nas mãos da Babilônia em 586 a.C. Jerusalém foi destruída. O templo foi saqueado e queimado a fogo. O povo foi deportado e exilado na Babilônia. Ainda hoje Deus faz promessas e advertências ao seu povo. O que vamos fazer? Obedecer ou transgredir? Podemos fazer nossas escolhas; só não podemos escolher as consequências. Acautelemo-nos!
Rev. Hernandes Dias Lopes