O cristão não é neutro na política. Ninguém o é. O ser humano é político, querendo ou não. Seja qual for sua escolha, será sempre uma escolha política. Pode escolher bem ou escolher mal, sua escolha será sempre uma escolha política. Se escolher mal, por ignorância, é massa de manobra no sistema; se escolher mal deliberadamente, é parte do sistema. Porém, se sua escolha é governada por princípios e vai de encontro ao sistema, agirá como um defensor da contracultura, inconformando-se com o mal, para conformar-se com a justiça.
O cristão não deve ser ambíguo nem contraditório em sua posição política. É inadmissível apoiar o que se condena ou condenar o que se aprova. Dar seu voto é delegar ao candidato sufragado o direito lhe representar. Portanto, votar num partido ou candidato que, sabidamente, sustenta ideologias anti-cristãs é negar a fé e insurgir-se contra os valores do reino de Deus. Todo partido tem sua plataforma de governo e sua cartilha de princípios. Em tempos de campanha, alguns candidatos escondem-se atrás de discursos fingidos, o real ideário de seu partido. Muitos políticos levantam a bandeira da conveniência, tornam-se até mesmo religiosos, frequentadores de templos para angariarem votos dos chamados evangélicos. Posam de beatos. Amenizam o discurso. Escondem suas pautas progressistas. Abafam suas ruidosas defesas do globalismo, do marxismo cultural, da ideologia do gênero, da linguagem neutra, da prática indiscriminada do aborto, da liberação das drogas, da desconstrução da heterossexualidade e do ataque frontal aos valores judaico-cristãos.
O progressivismo vem, não raro, como um projeto de poder. Seus caudilhos querem se perpetuar no poder; por isso, fazem um trabalho de base para domesticar a educação, a grande mídia, as artes e os demais setores da sociedade, desenvolvendo uma política assistencialista, para manter os pobres dependentes do Estado e conformados com miséria. Onde o socialismo governa, impera a pobreza. Onde o comunismo reina, medra a opressão. Onde esse viés ideológico se estabelece, a corrupção se agiganta, a economia se apequena, o livre pensamento se escasseia, a liberdade de expressão é atacada, a população é amordaçada e a imprensa é comprada, para só falar bem dos governantes.
Um cristão que faz campanha e dá o seu voto em candidatos que defendem essas pautas encontra-se em conflito com sua fé e deveria estar em conflito com sua consciência. A igreja cristã não deve entrar na seara da política partidária. O púlpito não é um palanque nem o templo um curral eleitoral. O cristão é regido por princípios e não por conveniência. Um cristão deve ser um indivíduo esclarecido, que não se deixa encabrestar. Não vende seu voto por vantagens pecuniárias nem hipoteca apoio a ideologias que conspiram contra a fé cristã.
Que a luz dissipe as trevas. Que o engano seja desmascarado pela verdade. Que a injustiça não se arvore de defensora do bem. Que o Brasil encontre o caminho da ordem e do progresso.
Rev. Hernandes Dias Lopes