O SALMO 68 é um poema escrito por Davi. Retrata a vitória de Deus sobre os seus inimigos. Destacaremos alguns aspectos desse cuidado:
Em primeiro lugar, Deus é o pai dos órfãos (Sl 68.5). “Pai dos órfãos […] é Deus…”. Os filhos podem ser privados da companhia e da proteção dos pais, mas jamais ficam fora do alcance da proteção de Deus. Ele não apenas ampara os órfãos, mas é o pai deles. Dá não apenas segurança, mas, também, afeto e provisão. Aqueles que sofreram o golpe doloroso da morte dos pais encontram em Deus o Pai onipotente e amoroso. Encontrar nele abrigo, conselho, amor e cuidado.
Em segundo lugar, Deus é o juiz das viúvas (Sl 68.5b). “… juiz das viúvas é Deus…”. Nas priscas eras, as viúvas ficavam, com raras exceções, em situação de calamidade. Não apenas desprovidas de provisão, mas, também, de justiça. Os poderosos, sob o manto da ganância e sob a proteção de juízes corruptos, oprimiam ainda mais as viúvas. Deus, porém, se apresenta como o juiz das viúvas. Deus defende a causa dos fracos e oprimidos. Sai em defesa daqueles que são vítimas da opressão.
Em terceiro lugar, Deus é o ajudados do solitário (Sl 68.6). “Deus faz com que o solitário more em família…”. Há diversas razões que provocam a solidão. O luto, o abandono, o isolamento autoimposto. Porém, àqueles que foram reduzidos à solidão e privados do convívio em família, Deus abre-lhes uma fresta de esperança, dando-lhes o privilégio de morarem em família. E isso, através do casamento, da reconciliação familiar ou mesmo da igreja, a grande família de Deus, onde todos somos irmãos.
Em quarto lugar, Deus é o abençoador do cativo (Sl 68.6b). “… tira os cativos para a prosperidade”. Deus não apenas põe um ponto final no cativeiro, mas transporta os cativos para uma vida próspera. Deus muda o placar do jogo, altera os prognósticos, tira o oprimido do fundo do poço e coloca-o numa posição de prosperidade e riqueza. Riquezas e glórias vêm das mãos de Deus. A bênção do Senhor enriquece e nessa mesa farta da prosperidade divina não tem desgosto.
Em quinto lugar, Deus é o aliviador dos fardos da vida (Sl 68.19). “Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação”. Davi, exulta de alegria e prorrompe numa doce doxologia, bendizendo o Senhor, porque dia a dia, leva o nosso fardo. Há fardos pesados demais para carregar. Seríamos esmagados debaixo desse peso opressor. Há dias de choro amargo, de dor atroz, de fraqueza extrema. O Senhor, porém, leva o nosso fardo não apenas em alguns momentos, mas dia a dia. Ele jamais falha. Jamais abandona. Temos nele o nosso ajudador. Ele nos alivia dos fardos da vida. Ele é a nossa própria salvação.
Em sexto lugar, Deus é o libertador do seu povo (Sl 68.20). “O nosso Deus é o Deus libertador; com Deus, o Senhor, está o escaparmos da morte”. A morte nos espreita todos os dias. Os inimigos nos cercam com seus dentes arreganhados, prontos para nos devorar. A angústia enfia seus tentáculos em nós para nos jogar ao chão. Somos ameaçados por perigos mortais. Porém, o Senhor é o nosso libertador. Ele é o nosso defensor. Só pela sua intervenção podemos escapar da morte.
Em sétimo lugar, Deus o fortalecedor do seu povo (Sl 68.35). “… o Deus de Israel dá força e poder ao povo. Bendito seja Deus!”. O Deus de Israel é o nosso Deus. Somos o seu povo. Ele nos fortalece em nossa fraqueza, segura firme a nossa mão e guia-nos com seu conselho eterno. Ele nos dá força para prosseguir rumo à glória. Na verdade, ele é o nosso próprio poder. Tudo vem dele. Tudo é por meio dele. Tudo é para ele. Bendito seja o Senhor!
Rev. Hernandes Dias Lopes