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O LIVRAMENTO DO PEREGRINO

“Senhor, livra-me dos lábios mentirosos, da língua enganadora” (Sl 120.2).

            Este Salmo dá início aos Salmos de romagem. Essa coletânea de poemas vai até ao Salmo 134. Nesses, o poeta sacro retrata a jornada do povo rumo a Jerusalém, para as celebrações de adoração ao Senhor; enquanto sobe para a cidade do grande Rei, rememora as lutas e ao mesmo tempo as maravilhas divinas. Vejamos:

            Em primeiro lugar, o Senhor livra o seu povo dos lábios mentirosos (Sl 120.2). A mentira é uma ocultação, distorção ou negação da verdade. A verdade é luz e a mentira é treva. Onde grassa a mentira, predomina a injustiça. Onde a mentira sobe ao trono, a verdade sangra nas ruas. Onde os lábios mentirosos discursam, os justos padecem. Porém, se o poder dos homens é fraco para livrar-nos da língua enganadora, o Senhor nos livra desses lábios mentirosos.

            Em segundo lugar, o Senhor livra o seu povo dos tropeços (Sl 121.3). É o Senhor quem nos segura pela mão e nos livra de tropeçar. Nosso socorro não vem de nossa fragilidade humana, mas da onipotência divina. Não ficamos de pé escorados no bordão da autoconfiança; é o Senhor que não cochila nem dorme é quem nos guarda de todo mal, desde a saída até à entrada, desde agora e para sempre.

            Em terceiro lugar, o Senhor nos livra do desprezo dos soberbos (Sl 123.3). Os soberbos, do topo de sua arrogância, desprezam os servos de Deus; têm-nos como objetos desprezíveis, buscando meios e formas para feri-los e maltratá-los. Porém, podemos clamar àquele que habita nos céus. Podemos colocar nossos olhos no Senhor até que ele se compadeça de nós. Mesmo que os soberbos façam nossa alma ficar saturada de escárnio e desprezo, podemos encontrar em Deus nosso abrigo seguro e nosso consolo perene.

            Em quarto lugar, o Senhor livra o seu povo do ataque feroz dos homens (Sl 124.2,3). Ah, os homens na sua fúria, atentam contra o povo de Deus para destruí-lo! Se pudessem, nos engoliriam vivos. Se comandassem as águas, derramariam todas elas sobre nós, para nos submergir. Colocam em nosso caminho suas armadilhas mortais. Porém, o Senhor vem ao nosso encontro, quebra o laço, despedaça o jugo e nos torna livres de todas essas ciladas malignas.

            Em quinto lugar, o Senhor livra o seu povo do cetro dos ímpios (Sl 125.3). O cetro dos ímpios não permanecerá sobre a sorte dos justos. Por um tempo, os ímpios podem estar no poder e cometer suas atrocidades. Porém, eles serão apeados do poder. Serão depostos de sua arrogância. Então, o Senhor fará o bem aos bons e retos de coração. Quanto, porém, àqueles que se desviaram para sendas tortuosas, o Senhor dará a eles o mesmo destino dos malfeitores. Sofrerão penalidade de eterna destruição.

            Em sexto lugar, o Senhor livra o seu povo da angústia (Sl 129.1,2). O salmista admite que muitas vezes foi angustiado e isso desde sua mocidade. Porém, os espreitadores da alegria e os provocadores da angústia não prevaleceram, pois o Senhor cortou as cordas deles, envergonhou-os e repeliu-os. Os ímpios secam como a erva dos telhados, pois nada produzem, a ninguém alimentam e por ninguém são abençoados.

            Em sétimo lugar, o Senhor livra o seu povo do pecado (Sl 130.3,4). O salmista está no fundo do poço, clamando ao Senhor. O motivo? Seu pecado! Ele chega a admitir: “Se observares, Senhor, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?”. Imediatamente, porém, acende em sua alma um lampejo de esperança ao reconhecer: “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam”. Oh, não precisamos ter medo do Senhor e fugir, podemos confiar e ansiar pela sua presença mais do que os guardas pelo romper da manhã.

            Em oitavo lugar, o Senhor livra do desassossego (Sl 131.2). Davi está com sua alma desassossegada, como uma criança inquieta. As turbulências da vida, a sanha do inimigo, as pressões externas e os temores internos agitaram sua alma. Para onde correr? Onde encontrar abrigo? Num rasgo de fé, ele fez calar e sossegar sua alma como uma criança desmamada que se aquieta nos braços de sua mãe. Ele encontrou no Senhor a sua esperança. Por isso, aquietou-se nos braços do Senhor e encontrou descanso.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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