“Assim como o homem pensa, assim ele é” (Pv 23.7).
O cirurgião plástico e psicólogo Maxwell Maltz diz que nossos pensamentos são o piloto da nossa alma. Salomão, no texto em epígrafe, diz que assim como o homem pensa, assim ele é. Já o psicólogo cristão Lawrence Crabb Jr diz que nossos pensamentos determinam nosso comportamento e nosso comportamento norteia os nossos sentimentos.
J. B. Carvalho, no seu livro “Metanoia” faz menção ao livro de Daniel Goleman, “Foco” e destaca os quatro níveis de consciência: inconsciência ignorante, conscientemente ignorante, conhecimento consciente e conhecimento inconsciente. Vamos examinar esses quatro níveis de consciência.
Em primeiro lugar, a incompetência inconsciente. Você não sabe, e não sabe que não sabe. Há pessoas que vivem alienadas a tal ponto de nada saberem. Além de não saberem, não têm sequer consciência de sua ignorância. Vivem numa redoma aparentemente confortável de sua ignorância plena. Baseado na máxima de Salomão, que o homem é o que ele pensa, aqueles que não sabem e não sabem que não sabem, vivem no mais baixo nível de conhecimento, ou melhor, envoltos num pleno desconhecimento. A incompetência inconsciente é uma acomodação crônica, um estágio de vegetação intelectual, uma desistência do exercício de pensar.
Em segundo lugar, a incompetência consciente. Você não sabe, mas sabe que não sabe. O sábio é aquele que tem consciência de sua limitação. Ele não faz propaganda de si mesmo nem toca trombeta acerca de seu conhecimento e de seus feitos. A arrogância intelectual é uma evidência inconteste da ausência de sabedoria. Lata vazia é que faz barulho. O restolho que só tem palha e sabugo é que fica empinado sem jamais se curvar. Aqueles que sabem têm plena consciência de que pouco ou quase nada sabem. Têm certeza de que aquilo que não sabem é infinitamente maior do que o que sabem. Altivez intelectual não passa de propaganda enganosa num invólucro de sapiência .
Em terceiro lugar, a competência consciente. Você sabe, e sabe que sabe. É possível saber e saber que se sabe. Porém, aqueles que têm competência consciente, sabem que o que sabem não é um saber abrangente, mas limitado. É impossível saber tudo de forma ampla e profunda. Só Deus é onisciente. Nosso saber é raso, fragmentado e parcial. Por mais profundo que seja o nosso conhecimento, há ainda profundezas a serem exploradas. O saber é uma mina inesgotável, não totalmente explorada, onde se escondem tesouros inestimáveis. Por outro lado, a competência consciente livra o homem da falsa humildade. Seu saber, embora não absolutamente exaustivo, é consciente. No âmbito que lhe compete, ele domina. Seu saber é suficiente para ele aquietar sua própria alma e ainda ensinar aos outros o fruto de suas investigações. É por isso que aqueles que conhecem a Verdade, e a Verdade é Cristo, não podem calar sua voz.
Em quarto lugar, a competência inconsciente. Você sabe, mas não sabe como sabe. O último estágio desse processo mental ocorre quando você sabe, mas não têm total clareza do todos os mecanismos envolvidos no processo desse aprendizado. Aprendemos com o que ouvimos, vemos, tocamos, observamos e experimentamos. Nossa mente tem janelas abertas para o aprendizado. Os mestres do saber estão ao nosso redor. Feliz aquele que tem ouvidos para ouvir. Nosso cérebro é elástico e resiliente. Pode mudar e crescer novamente. É sempre capaz de aprender. Quando mudamos a forma de pensar, mudamos nossa atitude. Por isso, o apóstolo Paulo diz que devemos pensar nas coisas lá do alto. Aqueles que assim procedem buscam em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. Quando os pensamentos de Deus governam os nossos pensamentos, então, deixamos de lado as ideias destrutivas para nos conectarmos com a cosmovisão divina. Não alugue, portanto, sua mente para inquilinos destruidores. Hospede em sua mente a Verdade e ela conduzirá você pelas veredas iluminadas da santidade e da felicidade.
Rev. Hernandes Dias Lopes