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AS MARCAS DA VIDA DE SAMUEL

            Samuel fez a transição do governo teocrático para a monarquia em Israel. Foi o maior profeta, sacerdote e juiz de sua geração. Foi um homem íntegro e um intercessor incansável. Sua história enseja-nos algumas lições preciosas:

            Em primeiro lugar, ele foi prometido a Deus antes mesmo de ser concebido. Ana, sua mãe, era estéril. Ela orou a Deus por vários anos, e isso, com lágrimas, para conceber. Ela não apenas queria ter um filho, mas desejava ter um filho para consagrá-lo para Deus. Não apenas pediu um milagre ao Senhor, mas decidiu devolver para Deus o fruto do milagre. Samuel foi concebido por uma intervenção extraordinária de Deus. Para Samuel ser concebido, Deus deu vida ao ventre amortecido de Ana. Samuel foi resposta da oração e da consagração de sua mãe.

            Em segundo lugar, ele foi devolvido ao Senhor na sua infância. Ana fez um voto a Deus e cumpriu-o. Mesmo sabendo que Eli já estava velho, pesado e praticamente cego; mesmo consciente de que os filhos de Eli, Hofni e Fineas, eram sacerdotes adúlteros e filhos de Belial, não retrocedeu no seu compromisso de levar o menino desmamado e entregá-lo aos cuidados do sacerdote Eli. Ana confiou que o mesmo Deus que dera Samuel a ela, era poderoso para cuidar de seu filho. Sua confiança na providência de Deus jamais claudicou. As marcas que Ana imprimiu na vida de Samuel deram a ele a base para viver longe do lar, mas perto de Deus.

            Em terceiro lugar, ele foi crescendo adequadamente na presença de Deus. A religião naquele tempo estava em baixa. Eli já estava velho demais e seus filhos eram depravados demais. Mesmo assim, o povo ia a Silo. Mesmo que os sacerdotes não levassem Deus a sério, Deus estava no santuário. Foi nesse ambiente hostil que Samuel cresceu. Todos os anos Ana subia a Silo com uma roupa nova para Samuel, de acordo com o seu crescimento. A roupa do ano anterior não era mais adequada. À medida que Samuel foi crescendo sua mãe preparava-lhe uma roupa adequada à sua estatura. Samuel desenvolveu-se física e espiritualmente.

            Em quarto lugar, ele aprendeu a ouvir a voz de Deus com Eli. Eli já estava cego, e com muitas cicatrizes na sua vida espiritual, mas ainda era um homem de Deus. Samuel ainda não sabia distinguir a voz de Deus. Eli ensinou-o a não apenas a ouvir, mas também a atender à voz de Deus. Os nossos líderes espirituais podem ter sido falhos, mas nem por isso, Deus deixou de usá-los para nos ensinar. Longe de Samuel insurgir-se contra Eli, ele cresceu sob os cuidados de Eli e Deus o honrou.

            Em quinto lugar, ele confrontou o pecado da liderança espiritual da sua nação. Samuel recebeu de Deus uma mensagem de juízo à casa de Eli e não se acovardou em entrega-la integralmente. Ele foi fiel na entrega da sentença divina ao velho sacerdote Eli e seus filhos. Eli, seus filhos e uma de suas noras morreram no mesmo dia em que a arca da aliança foi roubada pelos filisteus. Nesse mesmo dia fatídico, trinta mil homens caíram à espada no campo de batalha. O pecado é maligníssimo. Suas consequências são desastrosas e devastadoras.

            Em sexto lugar, ele confrontou o pecado da liderança política da nação. Samuel foi um homem de Deus, mas não um homem perfeito. Ele foi íntegro, mas não logrou êxito na criação de seus filhos. Ele foi honesto, mas seus filhos eram homens avarentos. Mesmo sabendo desses desvios de comportamento dos filhos, nomeou-os como juízes em seu lugar, no que foi severamente confrontado pelos anciãos do povo. A monarquia em rejeição à teocracia foi gestada dentro da casa de Samuel. Inobstante, seus percalços espirituais, Samuel ungiu Saul como primeiro rei de Israel e não hesitou em confrontá-lo em sua desobediência. Porque Deus rejeitou Saul, Samuel por orientação divina ungiu Davi em lugar de Saul.

            Em sétimo lugar, ele foi um intercessor incansável. Samuel jamais deixou de orar pelo povo. Ele chegou a dizer que deixar de orar pelo povo era pecar contra Deus. Seu ministério de intercessão foi comparado ao ministério de intercessão de Moisés. Ambos foram conhecidos como os grandes intercessores de Israel (Jr 15.1-4). Sua mãe foi uma mulher de oração e Samuel aprendeu a orar com ela desde sua mais tenra idade. Ele não só falava de Deus ao povo, mas também falava do povo para Deus. Samuel conheceu a Deus e tornou Deus conhecido. Ele foi um profeta intercessor. Rev. Hernandes Dias Lopes

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